- Recém-nascida foi encontrada na segunda-feira em Cabo Frio
RIO - Quatro casais procuraram o Hospital da Mulher de Cabo Frio, na
manhã desta terça-feira, para adotar a recém-nascida que foi encontrada
numa caçamba de lixo perto do DPO de Jardim Esperança, na periferia do
município da Região dos Lagos. Os casais foram encaminhados para o
Conselho Tutelar, responsável pela criança.
A diretora da unidade
hospitalar, a médica Rosalice Almeida, disse que o bebê, que está
internado preventivamente na UTI neonatal, dormiu bem e está em ótimas
condições de saúde. O caso foi registrado na delegacia de Cabo Frio, que
está procurando a mãe da criança para indiciá-la por abandono de
incapaz.
— Abandonar um recém-nascido em via pública é crime, mas
se a mãe deixasse a criança no hospital, sem necessidade de se
identificar, certamente não teria problemas com a polícia. O bebê está
ótimo — disse a médica.
Segundo o promotor de Justiça, Sávio
Bittencourt, fundador da ONG Quintal da Casa de Ana e autor do Livro
Manual do Pai Adotivo, a menina encontrada em Cabo Frio dentro de uma
caçamba de lixo já está sob a tutela do estado, tendo o Ministério
Público como o seu curador.
— Será feita uma investigação para
tentar descobrir seus laços biológicos e a Vara da Infância e da
Adolescência encaminhará a criança para a adoção, respeitando o cadastro
nacional de adoção. A preferência é para a primeira pessoa inscrita no
cadastro e moradora de Cabo Frio, desde que ela já esteja habilitada
pela Justiça para adotar — explica ele.
Caso não tenha uma família
habilitada em Cabo Frio, a preferência será dada a uma família da
Região dos Lagos, em seguida, do Estado do Rio de Janeiro e em último
caso, abre-se para qualquer família habilitada no país, o que,
provavelmente, não será o caso.
Para Bárbara Toledo,
vice-presidente da Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção
(Angaad) o ideal seria que esta criança não fosse encaminhada para um
abrigo, mas entregue a uma família já habilitada para adoção, mesmo que
de forma provisória.
— Esta criança pode ser encaminhada para o
que chamamos de família acolhedora que ficaria com ela até o processo de
adoção fosse finalizado. O Quintal de Ana tem um programa no qual
prepara casais para serem famílias acolhedoras, independente delas
estarem interessadas ou não em adotarem uma criança. O mais importante é
que esta criança tenha o devido amor do qual é merecedora — explicou.